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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Café com o Carpinejar




“Estava namorando há quase sete meses com uma mulher que não achamos tão fácil por aí. Eu sou mais emotivo do que ela. Gosto de abraçar, beijar, ficar junto, porém ela não é assim. Terminamos no final de semana. Na verdade, ela me deu um pé na bunda por incompatibilidade de gênios. Queria que me ajudasse, pois agora ela está pedindo pra voltar. Ela me magoou muito, e não gosto mais dela como antes. Estou indeciso porque já tive outro relacionamento em que terminei com a minha ex oito vezes. Foi um inferno, e eu não quero que isso se repita. Obrigado desde já, Rafael”

Querido Rafael,

Você adora discutir o relacionamento, acredito que se sente valorizado na hora de brigar (tanto quanto no sexo).

Toda briga engrandece seu passe. Com uma discussão de relacionamento, temos o poder de terminar ou reatar. Há uma adrenalina na gritaria, feita de reinícios, reprises, acusações, defesas, beijos com gosto de lágrima e ecos intermináveis.

Julgar o outro sempre é uma forma de se perdoar e se elogiar. Ela é fria, e, portanto, você é quente. Ela não abraça, não beija muito, não se derrete, portanto, você é que oferece afeto e não é reconhecido.
Entende? Você é o certo, e, portanto, ela é errada. Você é o santo, e, portanto, ela é o monstro insensível. O maniqueísmo destrói afetos.

Não deve ser bem assim o romance. Precisamos dar um desconto, concorda?

A cobrança é uma competição oculta. Fomenta uma rivalidade difícil de controlar. Espera o erro dela para logo denunciar, ela espera sua denúncia para logo pedir as contas, e assim os humores se esgotam com rapidez.

Você terminou oito vezes seguidas com a ex. O que me sugere que o barraqueiro é você, não a atual namorada. Não vem dizer que discute porque não tem saída, a discussão é sempre a sua saída.

Por algum motivo, carrega a suspeita de que ninguém é capaz de amá-lo sinceramente. Talvez você se ache feio, ou com pouca experiência, ou em desvalia financeira. A DR serve para testar o amor de sua companhia. As conversas sérias são maneiras de examinar se ela realmente terá paciência para conviver e quais as verdadeiras intenções. Abre um inquérito das últimas declarações com o claro objetivo de desmascarar suas pretendentes.

Diz que não gosta tanto dela como antes porque simplesmente frustrou seu plano, desistiu de brigar e rompeu o namoro. Não tolerou o permanente ataque de nervos por melhores condições e caiu fora.  Você ficou falando sozinho.

Ela não foi aprovada no grande concurso público de suportar suas ofensas até o fim. Alguém suportaria?
É impossível conviver com o inimigo.
Mude de lado, por favor.

Fabrício Carpinejar
na sua coluna de domingo da ZH - 24/02/2013.

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Vou abrir uma gavetinha aqui no blog, apenas para guardar os melhores puxões de orelha do Fabrício. Achei essa ótima...e faz refletir!!!
Quantas vezes nos colocamos como vítimas e se pararmos para analisar não somos coisa nenhuma. hã?!
Beijos reflexivos...


5 comentários :

  1. Não sinto que seja na posição de vitima porque penso que é complicado dar afeto, carinho e não receber em troca mas foi apenas a minha opiniao.
    Gostei da ideia desse cantinho
    Beijinhos

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  2. Uau, eu particularmente adorei!
    Achei sensato e inteligente!! Abra sim a gavetinha Sheilinha, será ótimo!
    Também me fez refletir,
    Um beijo querida.

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  3. Ele é um barato!

    E esse café caindo?
    Lá vou eu para a cozinha dar um jeito na vontade que fiquei :)

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  4. Show!!!! Fabricio Carpinejar é mestre!!! \0/

    bao ideia do nova gavetinha!*--*


    saúde,paz boa semaaa


    e o baby? Quietinho ou bagunceiro na barriga? rs

    Ro

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  5. Gosto do Fabrício e seu jeito de escrever...
    gavetinha aprovada.!..kkk..bjs

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